Quando ainda estava no Tibete, Jesus
estabeleceu as Casas Transitórias e, entre elas, o Canal Vermelho, o
primeiro degrau celestial, um mundo etérico que recebe os espíritos da
Terra e onde esses espíritos passam pelos diversos estágios que
necessitam para sua progressão, compreendendo as várias fases que vão
desde a recepção após deixarem Pedra Branca, quando desencarnaram,
até a nova programação para seu reencarne, passando pelos muitos
estágios de recuperação.
Seu nome se refere à sua posição, como
se fosse uma ligação, um canal entre o Céu e a Terra, e sua tonalidade
vermelha é por seu poder desobsessivo e da recuperação da sensibilidade e
de conhecimentos dos milhões de espíritos que ali estão em fase
evolutiva. É muito parecido com a Terra, mas tem muito mais coisas que,
realmente, nos surpreendem, com reencontros, recordações, remorsos, mas
também muita esperança, amor!...
Segundo Koatay 108, o espírito pode
ficar até o correspondente a sete anos terrestres no Canal Vermelho,
percorrendo seus vários planos. Há hospitais, albergues e até mesmo
cavernas, para onde o espírito, ao chegar, se dirige na sintonia da
faixa vibratória que conquistou em sua jornada na Terra.
O Canal Vermelho é o caminho da
evolução. Oferece oportunidade de um espírito ajudar seus entes queridos
que deixou na Terra. Há muitos casos de desencarnados que trazem restos
de seus carmas a serem eliminados, e isso é feito através do resgate
pelo seu trabalho na Lei do Auxílio.
No Canal Vermelho o espírito faz sua
recuperação e quando sente a necessidade de reencarnar, consulta seu
Mentor, que avalia suas condições e, se favoráveis, dá início ao plano
reencarnatório, propiciando o roteiro para sua reencarnação.
O Canal Vermelho é um verdadeiro mundo,
com sete planos evolutivos, que surpreendem um espírito que consegue
manter sua consciência. Seu conjunto varia de acordo com cada plano,
havendo, por exemplo, nos planos intermediários, cidades de aspecto
artificial, com belos e enormes jardins, praças, pontes, grandes
edifícios e uma vida complexa, iluminadas por uma luz que varia em
vários tons de lilás. Tia Neiva sempre nos advertiu para a grande
importância do Canal Vermelho para nós, pois poderemos, de acordo com o
nosso procedimento, ter condições de retornar diretamente a Capela!
Existem muitos lugares com atividade bem
definida, como UMATÃ, local para a adaptação e recuperação dos
espíritos que, na Terra, freqüentavam diversas religiões e doutrinas,
tais como seguidores da Umbanda, Candomblé, Protestantismo, Catolicismo,
etc., e a TORRE DE MARCELA, no limiar do Canal Vermelho, um conjunto
arquitetônico que se parece com as habitações da Terra, separadas uma
das outras por campos de força e onde um habitante de campo vibratório
diferente não penetra a não ser que o morador o permita.
Nossa grande atividade, na Doutrina do
Amanhecer, está ligada aos planos do Canal Vermelho. O Jaguar quando
dorme, estando em condições de trabalhar, isto é, com vibrações elevadas
e com seu Sol Interior equilibrado, se desdobra e vai até o Canal
Vermelho, levando seu magnético animal para tratar aqueles espíritos,
liberando energia vital iniciática que propiciará a libertação de
inúmeros sofredores.
Por isso, uma das restrições da Corrente
é o uso do álcool, pois por menor que seja a quantidade ingerida, o
médium não poderia trabalhar no Canal Vermelho, porque estaria
liberando uma energia envenenada.
Na obra “Meus Primeiros Passos no Canal
Vermelho”, Tia Neiva conta, na primeira parte - A Adúltera - sua visita a
esta Casa Transitória, levada por Amanto, que lhe explicou estar na
camada etérea da Terra, no invisível do planeta, aquele mundo dos
espíritos desencarnados que ainda não tinham condições de chegar às
estrelas ou ao planeta-mãe. Amanto mostrou-lhe as longas filas de
espíritos que aguardavam seus embarques para as casas de recuperação,
espíritos que já não precisavam ficar ali por terem chegado à
consciência de serem desencarnados, de terem completado seus programas
na Terra, seus reajustes.
Amanto prosseguiu: estavam ali apenas
para completarem seus tempos e receberem alguma disciplina; no Canal
Vermelho as paixões ainda vibram, mas tendem a se extinguir; é uma Casa
Transitória com condições técnicas especiais, pois tem comunicação
direta com o plano físico, o que permite a transferência do ectoplasma
humano diretamente por seus portadores; com esse fluído os reajustes
podem se completar em condições muito semelhantes às da Terra física;
os médiuns ativos, quando vão dormir, se transportam ao Canal Vermelho,
levando preciosa energia mediúnica, continuando ali, à noite, as tarefas
que haviam iniciado durante o dia, na Lei do Auxílio.
Amanto explicou: “O tempo do
presente ciclo da Terra está quase terminado e, com isso, todas as
atividades estão se acelerando. Milhões de espíritos ainda têm que
completar seus reajustes e a tarefa dos Mentores Espirituais é imensa.
Não existem na Terra trabalhos de passagem o suficiente para dar conta
de tantos espíritos; a doutrinação é incompleta, o ectoplasma não dá e o
tempo dos trabalhos é curto demais. Por isso, os engenheiros siderais
construíram canais como esse. Particularmente, esse canal se comunica
diretamente com o Vale do Amanhecer. Quando o doutrinador faz uma
entrega e o espírito ainda não está pronto para Mayante, este vem
diretamente para um dos departamentos do Canal. Na primeira
oportunidade, que pode ser na mesma noite ou algum tempo depois, o
doutrinador vem completar sua doutrina. Ele, como encarnado, tem a
capacidade de trazer consigo seu ectoplasma. Devido à semelhança do
ambiente, o espírito ainda se sente na Terra e fica mais susceptível de
receber a doutrina. É por isso que dizemos que o Templo do Amanhecer
trabalha vinte e quatro horas por dia!”.
E a explicação continuou, dizendo Amanto
que o Canal Vermelho é, em certo sentido, uma extensão da Terra, embora
tudo ali seja matéria etérica, de outra natureza, outra dimensão; mas,
da mesma forma que na Terra física, as energias que suprem aquela Casa
Transitória são oriundas do Sol e da Lua.
Amanto levou Tia Neiva, que estava
extasiada com a simetria das árvores, a relva verde e aparada, com
algumas flores amarelas, semelhantes a margaridas, até um prédio imenso,
com um letreiro luminoso informando ser ali o “Credo Universal”, e logo
depois “Umbanda”. Tia Neiva viu que se formava uma fila para entrar,
embora aqueles espíritos aparentassem indecisão. Amanto falou que
aqueles eram médiuns umbandistas, recém-chegados da Terra, que haviam
cometido faltas contra as leis da Umbanda, por terem comercializado sua
mediunidade. Agora, iriam sofrer um pouco, iriam se conscientizar, até
que chegassem seus cobradores para o reajuste. Esses cobradores seriam
as pessoas que lhes deram dinheiro e os Exus com quem trabalharam.
“Como você sabe, Neiva, os Exus são um pouco produto da ganância dos
seres humanos. As invocações e chamadas só fazem aumentar suas forças. O
médium que os invoca lhes dá oportunidade de se afirmarem nas suas
metas, e isso nada tem a ver com a Umbanda!” - disse Amanto.
-
“Eu estava no Canal Vermelho quando um certo homem, vindo da Terra, passou, aliás, sem me conhecer e nem conhecer ninguém.
Alguém, perto de mim, comentou:
“Olha, Tia Neiva, este homem! Veio
recentemente da Terra. Ainda tem a aparência de físico. Este homem
sofreu tanto... Foi caluniado pelo seu vizinho e terminou seus dias na
prisão. Perdeu a família! Sim, filhos, mulher... É terrível o mundo de
expiação!”
O senhor o conhece? - perguntei.
“Não, Tia Neiva, aqui a própria aura esclarece tudo e, assim, sei!”
Pensei: se assim na Terra fosse, logo se consertariam tantas mentiras!...
Lembrei-me de mim e dos meus consulentes.” (Tia Neiva, 20.11.80)
-
“E vendo aquele mundo de gente, pensei em um por um deles.
Humarram, vendo o meu pensamento, foi logo dizendo:
- Sim, as coisas de Deus são assim. Na
Terra, todos têm seu encaminhamento e, aqui, muito mais. Veja ali, na
Ponta Negra! Olha o Vale Negro, lá embaixo...”
Lá havia comícios de todo jeito. Gente eufórica, se maldizendo e vibrando em outros aqui na Terra. Um triste espetáculo.
Aquele trabalho era constante. Grupos enormes fazendo Abatás, outros emitindo aqueles enormes sermões.
Humarram me despertou, dizendo que eu
visse que aqueles sermões não eram os mesmos todos os dias, e que
ajudavam àquele povo. (...)
De repente, estávamos em frente ao
grande Yumatã. É um lugar no Canal Vermelho que, de quatro em quatro
horas, muda a iluminação aqui. Ao longe via as torres dos grandes
Oráculos destinados a esta obra: Obatalá na força de Simiromba e Apará
nos grandes poderes de Olorum.
Fiquei encantada com aquele rosário de luzes que envolvia aquele mundo mágico.
- Breve estará aqui, filha, apesar de sua estrada ser outra - disse Humarram.
Sim, meu caminho é singular. Passar por outra estrada, mas na bênção da consagração de Olorum e Obatalá!” (Tia Neiva, 11.9.84)
-
“Quero deixar bem esclarecida a Vida além do mundo físico.
Fui levada por Humarram, há muitos anos,
para ver o quadro de uma enorme família que chegava da Terra.
Interessante aquele grupo que viera por força de um desencarne em massa.
Todos se organizaram: chegaram ricos e logo compraram suas mansões.
Perguntei a Humarram:
- Onde conseguiram dinheiro?
- Conseguiram na luz dos seus bônus!
- E o que fizeram para ganhar bônus?
- Fizeram amigos na Lei do Auxílio,
respeitosamente tiveram suas consagrações ou sacramentos; com respeito e
amor ajudaram os outros; tiveram tolerância com seus vizinhos e demais
comportamentos que não fizeram sofrer os outros.
Sim, é fundamental a tolerância para os
que estão em jugo. Precisamos ter muita paciência com os demais. Dessa
paciência é que vem o amor - o amor incondicional.
Cresce dentro da gente uma vontade muito grande de proteção.
E Deus faz com que nossos filhos sejam
as nossas vítimas do passado. Mesmo porque o Homem-Pai amolece o seu
coração no desejo de protegê-los. Pai na totalidade, o Homem ainda tem o
seu coração muito duro. (...)
A grande família estava no Canal
Vermelho e caminhava em sua missão. Enquanto isso, a cada dia chegava um
atrasado e ia ficando por ali.
- Por que tudo isso?
Humarram me respondeu:
- Porque os espíritos só vão para sua Origem Colonizada quando chega o último membro e quando não mais tem inimigo em seu povo! (Tia Neiva, 11.9.84)
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