Quando em Delfos, Pitya escolhia jovens,
cujos maridos estavam nas guerras, para auxiliá-la em sua missão. Eram
as Yuricys - Flores do Campo -, que socorriam os combatentes nas
planícies macedônica e peloponense.
Todavia, como não incorporavam nem
profetizavam, Pitya recomendou que fossem preparadas as Muruaicys e
Jaçanãs, moças fugidas do assalto de tropas mercenárias, que teriam a
missão de fazer as profecias no Templo de Apolo.
Assim surgiram as Missionárias
Muruaicys, que, portando a Chama da Vida, ajudam no socorro e na cura da
Humanidade perdida e ferida espiritualmente na malsinada batalha pela
posse das coisas materiais.
Trazida por Mãe Yara em outubro de 1978,
a falange foi consagrada no 1º de Maio de 1979, tendo como Primeira a
Ninfa Lua Risoleta (Rilza). A partir de 1982, as Muruaicys ficaram sob o
comando da filha de Koatay 108, a Ninfa Lua Carmem Lúcia, e sob a
Regência de seu Mestre Albuquerque, Trino Herdeiro Ypuara.
As Muruaicys têm, como funções
específicas, abrir e fechar os portões das Cabalas e nos rituais e
Sandays, mantendo-se em honra e guarda nestes locais, e levar a força
das Muruaicys do Espaço à corte das noivas, nos casamentos.
Em sua capa, a Muruaicy tem a Cruz de
Ansanta, símbolo egípcio da Sabedoria da Vida e da Morte, que também
simboliza a abertura dos portões que dão acesso ao ambiente iniciático, a
abertura dos caminhos.
É sempre necessária sua presença nos
Sandays e rituais como missionárias portadoras de poderosa força
desobsessiva. Como descreveu Koatay 108, as falanges missionárias agem,
harmoniosamente, em conjunto: as Muruaicys vão à frente, abrindo os
portões magnéticos do Vale das Sombras e das cavernas, onde se encontram
espíritos que, por sua força e ferocidade, se apresentam deformados
pelo ódio, por sua vibração negativa, assumindo tristes formas
animalizadas e até mesmo monstruosas. As Muruaicys jogam seus charmes,
emitindo lindos mantras que vão iluminando aqueles espíritos e estes,
como que hipnotizados, vão deixando os negros abismos e se aproximando
dos portões. Junto aos portões, as Madalenas fazem uma espécie de poços
de lama etérica, escura e pegajosa, nos quais mergulham, ficando
irreconhecíveis, com aspecto semelhante ao daqueles espíritos sem luz.
Quando os espíritos sofredores as vêem, tentam agarrá-las, supondo serem
da mesma concentração que eles. É o momento em que as Cayçaras lançam
suas redes magnéticas, aprisionando-os e, com a proteção dos Cavaleiros
de Ypuena, os levam para serem atendidos, sob a força do Cavaleiro da
Lança Vermelha, na Estrela Candente, onde recebem o choque da força
magnética animal emitida pelos médiuns escaladores e a doutrina - o
ectoplasma dos Doutrinadores -, sendo elevados aos planos de acordo com
seus merecimentos.
Segundo Carmem Lúcia, “a Cabala
representa tudo em nossa Doutrina. Segundo Tia Neiva, trata-se de um
leito de forças decrescentes, no qual descreve as cores básicas da fita
que utilizamos para o trabalho na Lei do Auxílio. Só é possível conhecer
os segredos da Cabala àquele que já ultrapassou os limites primários de
si mesmo e ama incondicionalmente. O amarelo - vida, representado aqui
pelos Mestres Adjuração - os Doutrinadores; Sol - ouro - Anoday. O lilás
- cura, representado aqui pelos Ajanãs/Aparás. É a junção de forças
dessas duas partes por uma força divina. A Cabala representa o símbolo
máximo que permite acesso à vida iniciática ou ao salão iniciático. Lua -
prata - anodai - sabedoria. Diz-se que depois que um discípulo passar
por todas as provas, ele é conduzido ao portão de entrada. O cálice -
símbolo iniciático do invólucro exterior que guarda o sangue (vinho) que
se eleva, representa força vital, energia. O vinho - suco de uva -
simboliza o sangue, força vital, força magnético-animal, energia, base
molecular do plasma mediúnico. A chama - Chama da Vida, o prana. É a
junção de tudo que dissemos acima. É a manipulação do carma que permite
acesso à Luz quando encarnado - eternidade.”
Os prefixos das Muruaicys são Iule e Iule-Ra. Foi consagrada em 1-5-1979.
CANTOS DAS MURUAICYS
1. Salve Deus! Ó, Jesus, sinto nesta bendita hora a força do Jaguar,
que se eleva na plenitude, abrindo o Ciclo Iniciático para uma nova era!
São luzes, mestres, que se harmonizam na grandeza e no amor,
emitindo a consolação aos menos esclarecidos,
desenvolvendo-se e abrindo a faixa transcendental para a realização
de um poder iniciático que se levanta
para proporcionar ao mundo um desenvolvimento doutrinário.
Neste instante, eu vejo o Sol e vejo a Lua.
Lua! Mestres Lua! Lua Consagração!
Ouve o canto da menor de tuas servas, teu Raio Muruaicy,
que te venera e te implora o amor de quem me fez chegar até aqui!
Mestre Adjunto Rama Trino Tumuchy!
Mestre Adjunto Rama Trino Araken!
Mestre Adjunto Rama Trino Sumanã!
Mestre Adjunto Rama Trino Ajarã!
Mestres Luz! Mestres Adjuntos Ramas, Raios de Simiromba, meu Pai!
Mestres que governam neste plano original e iniciático!
Recebei, neste instante, tudo que nos cabe, da Falange de Yemanjá!
Do poder e da grandeza, Mestres Trinos, da constância e do amor,
que nos conduziu até aqui, nos dando o poder desse Adjunto
que a perseverança dos seus espíritos formou esta força
na qualidade de Adjunto, que traduz ao mundo a paz, a tranquilidade
e a esperança de um breve Terceiro Milênio.
Adjunto Koatay 108! Sou eu quem te falo ...(nome)... , representante de minhas irmãs.
Digo fervorosamente: Acredito em ti!
Acredito em ti porque és a luz deste Amanhecer!
Príncipes, Magos, Mestres Jaguares!
Que as forças que vêem de Deus vos consagre e ionize!
Povo abnegado de Deus!
Removendo o Velho Mundo, revivendo a Velha Tribo de Esparta,
Katchimoshy, dos Impérios e do Brasil Colônia.
E hoje reunidos neste planalto, na força e no amor
reunidos no Vale do Amanhecer,
esta grandeza absoluta que se chama Adjunto Koatay 108,
emitam, Mestres Adjuntos,
emitam o Sol doutrinário iniciático em nossos corações.
Salve Adjunto Koatay 108!
Que a perseverança no espírito da Verdade encontre acesso em teus corações
porque, Príncipes deste Amanhecer, não vos esqueceremos.
E nesta bendita hora, venho trazer a mensagem de nossa Mãe Clarividente,
que nos pede o amor, a humildade e a tolerância na abertura desta Unificação.
E é na força de Olorum, que vos traz a menor de tuas servas,
teu Raio Muruaicy, desta Congregação.
Salve Deus, Mestres Trinos do Amanhecer!
Meus respeitos, com ternura, minha Mãe Clarividente!
Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Salve Deus!
2. CANTO NO LEITO MAGNÉTICO, NO ABATÁ, NO ALABÁ, NA CHAMA DA VIDA E NO TURIGANO:
MEU DEUS TODO PODEROSO, AQUI EU VENHO PEDIR!
SÃO FORÇAS, SENHOR, E EU TE VENHO FALAR.
HOMENS DE MINHA TRIBO, QUE NECESSITAM DE TI NO PODER DA FORÇA ABSOLUTA,
A ENERGIA DO JAGUAR, A HARMONIA ENTRE ELES, JESUS, O PODER UNIVERSAL,
OS CONSELHOS DOS VELHOS SÁBIOS, OS ALBERGUES DAS NOITES DE LUAR.
O ANODAY E O ANODAÊ, AS PÉROLAS DOS SANTOS ESPÍRITOS
E DOS ANJOS DE YEMANJÁ, DO TEU SIMIROMBA.
Ó, BOM DEUS! Ó, SIMIROMBA MEU PAI! ESTA É A HORA DA TRIBO,
É A HORA DO JAGUAR, QUE EM NOME DO PAI E DO ESPÍRITO, SALVE DEUS!
3. CANTO NA ABERTURA DOS PORTÕES:
- NA CRUZ DO CAMINHO:
“Salve Deus! Eu, Missionária Muruaicy, nesta bendita hora, venho pedir a
permissão ao grandioso espírito de Yemanjá para a abertura do portão da
Cruz do Caminho. Salve Deus!”
- NO ORÁCULO DE SIMIROMBA:
“Salve Deus! Eu, Missionária Muruaicy, venho em nome de Deus Pai Todo
Poderoso, pedir a permissão do nosso querido Simiromba de Deus, Pai
Seta Branca, para a abertura do portão do Oráculo. A minha missão é o
meu sacerdócio. O Senhor está comigo. Salve Deus!”
- NA UNIFICAÇÃO: “Salve
Deus! Eu, Missionária Muruaicy, venho em nome de Deus Pai Todo
Poderoso e dos Grandes Espíritos do Reino Central, e em nome de nossa
Mãe Clarividente, pedir a devida permissão ao grandioso espírito de
Yemanjá para a abertura do portão da Unificação. Salve Deus!”
OBS.: A Muruaicy faz
sua emissão antes do canto e, tão logo termine sua emissão, diz: TRAGO O
CANTO DA MURUAICY PARA MELHOR VOS SERVIR! No Oráculo, antes da abertura
dos portões, a Muruaicy faz sua emissão e o canto.
-
“As Muruaicys ficavam limitadas aos contatos. Representavam Pitya, anunciavam sua presença e andavam com uma lança. Como respeito, cada dinastia recebia a cor de uma lança. Eram endeusadas pelos filósofos que adoravam Pitya pelo Deus Apolo. Eram inteligentes e sagazes, tornando-se figuras místicas, diferentes das outras.” (Tia Neiva, s/d)
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